IG | A música sertaneja está praticamente morta", diz Victor, da dupla Victor & Leo

Dupla comemora 23 anos de carreira com DVD "Irmãos" e fala sobre a atual cena sertaneja: "a música sertaneja, do sertão, está em baixa, mas o nome continua em alta"



A dupla Victor & Leo completa 23 anos de carreira em 2015 e comemora a marca com o DVD "Irmãos", que chega às lojas neste mês. Apesar de ser o quarto DVD da dupla, os cantores acreditam que o novo trabalho é diferente dos anteriores. "É mais intimista, foi gravado em um show para um público mais limitado", contou Victor em entrevista ao iG.
Além de apresentar a dupla em um formato intimista pouco visto pelos fãs, acostumados a ver os mineiros em grandes palcos tocando para públicos massivos, o novo DVD marca uma nova fase da carreira de Victor & Leo.
"Desde 2013, o Leo passou a compor algumas músicas. Antes as composições eram minhas. O DVD traz as imagens dessa modificação", disse Victor, garantindo também que a novidade não mudou a dinâmica da dupla. "Você quer sempre melhorar sua arte", disse o sertanejo.
Há quase 10 anos entre os artistas mais famosos do país, Victor garante que não existe fórmula para o sucesso da dupla. "Não temos uma receita para todos os discos, sempre nos renovamos sem perder a essência. O segredo é trabalho", disse.
O cantor acredita que ele e o irmão foram grandes responsáveis pela renovação do sertanejo. "Em 2006, a música sertaneja dormia, não tinha grande expressão. Fomos a única novidade até 2009."
Na entrevista a seguir, Victor fala sobre o trabalho da dupla, a relevância artística de lançar um DVD hoje em dia e o atual cenário da indústri nacional: "a música sertaneja praticamente morreu. O nome está vivo, mas não é mais sertanejo."

iG: Como o DVD "Irmãos" é diferente dos anteriores?
Victor: É mais intimista, foi gravado em um show para um público mais limitado. Os shows dos outros DVDs têm mais público. Esse DVD também mostra uma nova fase nossa. Desde 2013, o Leo passou a compor algumas músicas. Antes as composições eram minhas. O DVD traz as imagens dessa modificação.

iG: O show tem parcerias com músicos que não fazem música sertaneja, como Wesley Safadão e a banda Malta. Como foi tocar com eles?
Victor: Nós nunca fizemos músicas puramente sertanejas. Temos músicas sertanejas, mas de outros ritmos também. Então não é novidade dizer que tocamos com artistas diversificados, como Alcione, Pepeu Gomes e Nando Reis. Esse é o resultado das nossas referências. Também buscamos gravar com novos nomes e fizemos uma música com Henrique & Juliano. E ainda gravamos com Milionário & José Rico, foi a última música que o José Rico gravou. Foi uma honra.

iG: Vocês já estão há 23 na estrada e seguem fazendo sucesso. Qual é o segredo?
Victor: Estamos no nosso 9º ano de carreira nacional e ainda bem que estamos bem posicionados nso rankings. Não temos uma receita para todos os discos, sempre nos renovamos sem perder a essência. O segredo é trabalho. Você tem que treinar seu dom, se fizer isso, vai alcançar o sucesso.

iG: Já faz quase 10 anos que vocês estouraram como uma das principais duplas sertanejas do Brasil. De lá para cá, o que mudou na cena?
Victor: Em 2006 a música sertaneja dormia. Não tinha grande expressão, não havia um movimento forte. Nós fomos a única novidade até 2009. Não digo que somos responsáveis por uma revolução na música sertaneja com o chamado sertanejo universitário, mas acredito que tivemos um papel importante nisso.

iG: E como você vê a música sertaneja hoje?
Victor: A música sertaneja praticamente morreu. O nome está vivo, mas não é mais sertanejo. Não é a música que veio do sertão, quem faz esse tipo de música está em baixa. Quem está em alta são muitas duplas que não fazem nenhuma música sertaneja, mas usam esse nome. Não estou dizendo que nós somos totalmente sertanejos, nós fazemos música sertaneja e não sertaneja.

iG: Você acha que o sertanejo é o estilo musical mais forte do Brasil?
Victor: Não. É difícil apontar qual é o estilo musical mais forte do país. Há muitas músicas e muita moda, você está inserido nelas. No Nordeste, por exemplo, o ritmo mais forte ainda é o forró. Também tem o axé. A música regional é muito forte.

iG: Vocês acham que o impacto de lançar um DVD hoje em dia é o mesmo que já foi há alguns anos?
Victor: O DVD mostra como a banda amadurece, é um registro audiovisual de uma nova fase. Hoje é muito mais fácil lançar uma mídia. Em 2007, quando lançamos nosso primeiro DVD, era muito diferente. Mas hoje a mídia se espalhou e todo mundo faz. Mas o nosso lançamento tem impacto por causa da expressividade da dupla, então acho que ainda vale a pena investir em algo assim.

iG: Quais são os próximos passos da carreira de vocês?
Victor: Nosso desafio é renovar nossa identidade, mas continuar compondo de maneira fiel. Nossos fãs amadureceram, viveram várias fases da vida com a nossa música como trilha sonora. Hoje eles vão ao show para ouvir músicas que marcaram a vida deles. O nosso desafio é nos renovarmos sem perder isso.

Fonte: IG


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