Marcos Rosa
O carinho dos irmãos depois de uma música do show.
Victor é o mais sério. Mesmo falante, ele sorri pouco,e parece sempre pensar muito antes de responder cada pergunta.
O português é corretíssimo. O irmão, Leo, é mais despachado, gosta de falar,faz brincadeiras e fica à vontade com seu tamanho todo (1,94 metro de altura) no sofá.
Eles são uma dupla e às vezes até começam a falar ao mesmo tempo.
Leo é tão debochado que se permite uma autoironia:
''Gosto de malhar, correr e fazer exercício para pelo menos olhar no espelho
e ver que está tudo legal... ou mais ou menos (risos)''.
Victor entra no tema e diz que não se acha bonito.
Na hora de se vestir, afirma ser mais pragmático do que vaidoso.
Claro, é bonito, mas faz a linha low profile.
A dupla, que já está com 17 anos de existência, é um fenômeno:
Victor, em 2008, foi o compositor que mais arrecadou direitos autorais no Brasil.
A explicação é o público, segundo eles. ''Temos muitos fãs viscerais, muitas mulheres.
Mas há também caras que tremem tanto que não conseguem bater uma foto,
porque eles gostam da música. Isso é muito legal'', explica Victor.
Os dois nasceram em Abre Campo, uma cidade de pouco mais de 12 mil habitantes,
do interior de Minas Gerais. Começaram com dificuldades,
circulavam pelo país em uma van em que Leo, altão,
ficava no banco dianteiro com o pescoço torcido para a frente.
Na época costumavam passar no meio do público para escutar o papo antes do show.
''Ouvíamos as pessoas comentando coisas como 'dizem que um é boiola, dizem que o outro é isso...' Nos divertíamos'', relembra Victor.
Hoje, longe dos tempos em que entravam no galinheiro de casa
para fazer instrumentos e batucar, os sonhos de consumo da dupla estão resolvidos.
Leo comprou uma fazenda em Uberlândia.
Já Victor reflete sobre como são tratados pela família depois da fama:
''As pessoas não o enxergam mais como você é, nem os familiares, tios,
que nunca olharam na sua cara e passam a lhe tratar como um rei.
Mas não tem realidade ali. Isso vira uma solidão''.
O músico diz que aprendeu que o dinheiro e o trabalho
não valem muita coisa se não for para ajudar outras pessoas.
''Em Abre Campo renovamos a Biblioteca.
Demos um mamógrafo para o hospital,
pois 200 mulheres por ano morrem na zona rural de lá'',
explica Victor.(http://contigo.abril.com.br (02/10/2009)
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